O termo robô tem origem em uma peça teatral do autor tcheco
Karel Carpek, do inicio dos anos 20, de nome “Os robôs universais de Rossum”. O
termo robô (em tcheco, robota) significa “trabalhador forçado”, e esta ficção
de Karel Carpek se refere aos robôs do brilhante cientista Rossum (e seu
filho), criados para, obedientemente servir a humanidade. O conceito de robôs humanóides já existia antes do escritor
tcheco inventar a palavra. Os primeiros registros de idéias robóticas datam de
350 a.C., do matemático Grego Arquitas de Tarento, consta que ele era amigo de
Platão e que criou um pássaro mecânico chamado de “O Pombo” este pássaro
detinha a capacidade de voar usando jato de ar comprimido. Mas foi Leonardo da
Vinci quem fez o primeiro projeto de um robô humanóide, por volta do ano de
1495, as anotações de Leonardo descobertas em 1950, continha desenhos
detalhados de um cavaleiro que aparentemente podia movimentar pernas e braços.
O trabalho foi baseado em sua pesquisa da anatomia humana conhecida como Homem
Vitruviano. No séc. XVII, trabalhadores japoneses criaram um autômato
(“karakuri”) capaz de servir chá. Outro exemplo de criatura mecânica é o famoso
pato de Jacques de Vaucanson (séc. XVIII). Esse artefato ficou conhecido pela
articulação realista de partes de seu corpo, por comer, digerir e defecar
automaticamente. Vaucanson construiu ainda três outras criaturas humanóides: um
tocador de mandolim que batia o pé, um pianista que simulava respirar e movia a
cabeça e um flautista. Esses trabalhos inspiraram outros. Pierre Jacquet-Droz e
Henri-Louis, por exemplo, construíram uma criatura que simulava respirar e
olhar para a audiência, para suas mãos e para a pauta musical enquanto tocava
um órgão. Henri Maillardet construiu um autômato capaz de escrever em inglês e
francês e desenhar uma variedade de “landscapes”.
Apesar da complexidade mecânica, esses primeiros
simplesmente desempenhavam tarefas com precisão. O estado atual de
desenvolvimento da robótica, porém, só começou a ser desenvolvido com a chegada
da computação e da inteligência artificial. O primeiro passo nessa direção
ocorreu em 1950, quando Alan Turing, no artigo “Computing machinery and
intelligence”, propõe uma definição operacional de pensamento. Seu experimento,
“Imitation Game” (que ficou conhecido como Teste de Turing), sugere que no
lugar de perguntarmos se uma máquina pode pensar, devemos verificar se ela é
capaz de passar em um teste de inteligência. Nesse teste, uma máquina é
considerada inteligente se não existir diferença entre a sua conversação e a de
um humano. O desafio para construir máquinas capazes de simular o comportamento
cognitivo humano foi encarado por John McCarthy e Marvin Minsky ainda na mesma
década. No final dos anos 50 esses cientistas fundaram o Artificial
Intelligence Laboratory do MIT, o primeiro laboratório dedicado à construção de
robôs e ao estudo da inteligência humana -já que entender como a mente funciona
é uma parte-chave do problema que é simulá-la.
Essa história teve ciclos de sucessos e fracassos. O plano
de construção de máquinas que possuem inteligência artificial se enquadra em
duas abordagens principais: “AI weak” e “AI strong”. A última argumenta que
máquinas inteligentes podem ser conscientes, enquanto a primeira não sustenta
esse argumento. Atualmente, esse é o estado das pesquisas.
Outro projeto que merece destaque é o “Smart Dust”,
desenvolvido pelo engenheiro Kris Pister e equipe, na Universidade da
Califórnia (UC Berkeley). O Estudo visa à criação de robôs muito simples, mas
minúsculos (cerca de 1 milímetro cúbico a unidade). Combinados aos milhares em
um único “network”, eles poderão ser capazes de fazer coisas extraordinárias.
De onde vêm os robôs?
A ideia de robô é bastante antiga e sua origem divide
pesquisadores de diversas áreas. Apesar da falta de consenso sobre quando
surgiu o primeiro robô, sabe-se que o termo nasceu primeiro na ficção
científica e, mais tarde, foi aplicado à ciência. Apesar de não haver uma
definição precisa sobre o que é um robô, há alguns pontos de convergência,
mesmo que seja sobre uma definição negativa. Uma delas é a ideia que nem toda
máquina é um robô. No entanto, muitas das que estão hoje ao nosso redor são sim
pequenos robôs, mesmo sem nos darmos conta disso. A maioria dos autores "define" robô
como uma máquina (dispositivo) utilizada para realizar trabalho em substituição
ao ser humano. De acordo com o pesquisador Ronald Arkin, do Instituto de
Tecnologia da Geórgia (Estados Unidos) e atualmente trabalhando no Laboratório
Dinâmico de Inteligência da Sony, em Tóquio (Japão), “um robô é uma máquina
capaz de extrair informações do ambiente e usar conhecimento sobre o mundo de
modo a se mover com segurança e com um propósito".
Transformação
De acordo com Costa, o conceito de robô aplicado na ciência
foi mudando com o tempo. Até o final dos anos 1980, predominavam os robôs
manipuladores – os primeiros utilizados na indústria –, que eram braços
mecânicos montados em uma base fixa sob o controle de um sistema computacional.
Exemplos desses robôs são as máquinas que realizam pintura automotiva. Em
seguida, nos anos 1990, começaram a aparecer os robôs móveis – dispositivos
eletromecânicos montados sobre uma base não fixa, que age sob o controle de um
sistema computacional equipado com sensores e atuadores que permitem que ele
realize diferentes trajetórias em um certo ambiente. Os dois robôs enviados a
Marte, Spirit e Opportunitty, são exemplos de robôs móveis. Há ainda um
terceiro tipo de robôs, os híbridos, que são a combinação dos robôs
manipuladores e móveis. De acordo com Matt Mason, de Pittsburg, os robôs têm
apresentado um papel importante também na exploração científica. Atualmente, os
robôs têm diferentes formas e suas aplicações são variadas. No mercado, as
aplicações que mais chamam a atenção são na medicina, como os robôs cirúrgicos
- máquinas com habilidade para operar através de incisões muito pequenas.
Pode-se destacar ainda a possibilidade de operações à distância,
tele-comandadas por meio da robótica. Em laboratórios de robôs biomédicos é
possível executar procedimentos médicos com grande precisão e confiabilidade,
além de haver menor probabilidade de contaminar amostras. Mas é difícil dizer
ao certo quando os robôs passaram a ser usados na ciência. Acredita-se que
tenha sido na década de 1950. A ideia dos pesquisadores é que, no futuro, os
robôs sejam capazes de aprender, raciocinar, tomar decisões, planejar e
executar tarefas e até usar alguns sentidos como visão. Se inteligentes, os
robôs seriam quase-seres humanos? De acordo com os pesquisadores a resposta é
não, já que o que diferenciaria seres humanos de robôs é a capacidade de se
emocionar – dos humanos.
Isaac Asimov: o pai
dos robôs
Em 2 de janeiro de 1920, na cidade russa de Petrovitchi,
nascia um dos maiores nomes por trás das teorias que envolvem a robótica. Isaak
Yudovich Ozimov foi um escritor e bioquímico responsável por diversas obras de
ficção e divulgação científica. Asimov escreveu e revisou mais de 500 obras ao
longo de sua vida, além de cerca de 90 mil cartas.
A obra mais famosa de Isaac Asimov é a série Fundação,
referida muitas vezes como Trilogia da Fundação. Apesar disso, o conto “I,
Robot” (“Eu, Robô”) ficou em evidência por algum tempo em meio ao público
geral, graças à produção cinematográfica de mesmo nome, estrelada por Will
Smith.
Com uma visão muito além da sua época, Isaac Asimov é
considerado por muitos especialistas um dos autores mais produtivos de todos os
tempos. A área da robótica era uma das mais exploradas pelo escritor, e ele
acertou em muitas de suas previsões a respeito das tecnologias que temos hoje.